domingo, 19 de dezembro de 2010


Caminho em silêncio do lado esquerdo da avenida, para poder olhar bem a janela de vidro com as cortinas pesadas e semi-abertas, vejo alguém feliz na janela, mas não sou eu...

Saudades de mim...

Saudades...

sábado, 4 de dezembro de 2010


Querido Papai Noel (São Nicolau)

Lá se vão 37 anos da minha vida, e sequer uma cartinha escrevi ao senhor fazendo pedidos, até porque aprendi que agradecer o que se tem(ganha) é um bem maior do que fazer pedidos.

Pois bem Papai Noel me arrependi, assim como nunca pedi, muito pouco recebi de "presentes" e os que recebi guardo até hoje em seus pacotes fechados e acredito estar na hora de fazermos uma troca, quero devolver alguns desses presentes.

Não sei se o senhor se enganou ou pensava que eu precisasse, pois em vários anos consecutivos recebi "pacotes" com o mesmo conteúdo, entre eles vejo 18 pacotes com o nome ESPERANÇA, na embalagem diz assim: 1. Ato de esperar o que se deseja. 2.Expectativa.3.Fé em conseguir o que se deseja. 4.O que se espera ou deseja. 5. Bras. Inseto saltador em geral verde.
Papai Noel, se nesses pacotes que "nem abri, mas pude ler a embalagem contiverem 18 insetos saltitantes, me diz o que farei com eles?

Me desculpe Papai Noel, nem tenho onde guarda-los, nem a esperança que saltita muito menos a latente, a que me faz "eternamente" esperar o que pode nunca vir.

Veja Papai Noel acabo de lembrar de outro presente repetido, a tal ILUSÃO, segundo a embalagem:1. Engano dos Sentidos ou da mente, que faz tomar uma coisa por outra. 2. Sonho ou devaneio 8 pacotes iguaizinhos, mas não vai dar muito trabalho ao senhor essa troca, as embalagens estão novinhas as que já foram abertas tudo bem, fico com elas, me contento com a troca das caixas fechadas e a garantia de não mais receber esses mesmos presentes.

Eu sei Papai Noel que o senhor conta com a ajuda dos Elfos e das renas voadoras (em especial de Rudolph)com seu nariz vermelho, sempre guiando as outras renas.

Foram tantos anos de bom comportamento e hoje adulta, faço esse único pedido.
Sabe Papai Noel, muitas e muitas vezes na vida (não querendo e já sendo) presunçosa, fui meio Mamãe Noel, não com a sua habilidade e muito menos com ajudantes, mas por diversas vezes atendi e escutei boas almas com meu coração (talvez nessas vezes usei um pouco desses "presentes") que agora quero trocar.

Porque hoje estou cansada...



Santa Claus
FIN-96930 Arctic Circle
Rovaniemi - Finlândia

terça-feira, 30 de novembro de 2010


Por obséquio

Não jogue fora todas as minhas coisas, não queime as minhas cartas, não as faça meras lembranças são todas palavras vivas, num primeiro olhar pode até parecer lixo; Ledo engano, tudo se transforma e se recicla inclusive as folhas manchadas de púrpura...

Não permita que esse momento lívido cegue teus olhos profundos,onde já tão íntimas eram as cores, que se faziam arco íris sem sol e chuva.

Não abrevie meu Universo...
Bem sabes, que dele tu fazes parte.

Não leve embora meu trancelim dourado, ele sustenta um pingente precioso, tamanha é sua importância, que teimo carregá-lo no bolso esquerdo da minha blusa branca de shantung.

Se a chuva noturna inundar minhas ruas,

Não feche a porta...
Por obséquio.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010










Escuro e forte, de sabor inconfundível,
Mexo tentando,tentando adoçar a vida...
nada adianta,
Continua forte e amargo, busco na lembrança
Qual foi a última vez que acertei na medida.
Pasme! Não consigo lembrar, amnésia
Temporária?
Não sei, talvez, que seja!
Não quero mais esse sabor cáustico.
Procuro à medida perfeita...
Mais uma vez.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010


Viver pode ser como olhar um varal cheio de roupas. Ontem, "num tempo já fugitivo", olhei o varal e vi várias roupas coloridas... Hoje, apenas um sabiá a cantar sobre as cordas simetricamente fixadas, queria ocupa-las pois ainda há sol.

Mas não tenho roupas para lavar...

segunda-feira, 30 de agosto de 2010


Como flor a se proteger do dia,
ela se fecha a luz solar,
com suas pétalas medrosas,
talvez por serem calosas, espera a noite chegar,
círculo superficial irisdecente a envolve,
protegida está, mesmo que por...
bolhas de sabão.

quinta-feira, 8 de julho de 2010


Nostalgia... palavra até que bonita, a "idéia" dela também é bonita, mas estar imerso em momentos nostálgicos, muitas vezes desvia você do momento presente.
Bom seria, sempre encontrar no momento presente, coisas que supram as suas, as nossas necessidades, pra não precisar cair no abismo... da nostalgia.

Querer as coisas "boas" do passado, de fato é ótimo, porque foram boas, mas não creio que se elas foram (o verbo indica passado) possam alimentar algo dentro de nós hoje, talvez, agora nesse momento pensando bem... as vejo como uma forma de deixar suave um hoje, com menos tempero, dar uma cor ao que está desbotando.

Não sei bem o que é, mas talvez essas nuvens ou essa névoa, não permitam ver bem essas cores, ou quem sabe esse muro logo ali na frente, porque não?

Mas certeza mesmo, eu só tenho de uma coisa, precisamos engavetar, encaixotar, e deixar lá num cantinho bem guardadinhas essas "boas" lembranças. Ah Nostalgia! nos desculpe, mas tu não fazes parte do presente, venha! Venha sempre que quiser..mas como uma boa e elegante visita, não fica por muito tempo, porque sabes, precisamos viver o dia de hoje, sempre.

sexta-feira, 11 de junho de 2010


Peregrino, caminha devagar sobre terras distantes, vê rostos desconhecidos, não reconhece nenhuma face, nenhum lugar, nenhuma estrada, nem a poeira que seu caminhar faz lhe é conhecida, estrangeiro de si mesmo.

Seu olfato não capta sequer as alfazemas e jasmins, aromas não mais lhe remetem a momentos, prisioneiro de sentidos, nada lhe garante o aconchego.
Peregrino caminha devagar, está em busca de alicerces, dos seus alicerces, da sua base, do que lhe mantenha ereto nessa longa caminhada.

Caminha peregrino, seu caminhar mais parece um rastilho de pólvora, seus pés sempre apostos a combustão.

Peregrino caminha devagar, com o peso de mil fantasmas que lhe assombram, que rasgam suas noites e invadem seus sonhos, peregrino não consegue mais dormir, se não dorme, não consegue acordar, manhãs azuis, sequer consegue perceber.

Peregrino caminha pelos campos, ergue a cabeça,respira profundamente e segue, seguir é teu destino, explora teus recantos.

Peregrino caminha, não paralise, segue o percurso, limpa teus pés de toda lama, desata os nós dessa roupa, comece a sentir teu corpo, ative os sentidos... volte a respirar.

Peregrino,sinta como as pedras sob teu calçado são apenas pedras e você pode passar por elas sem se machucar, não desista da caminhada.
Sente o calor do sol mesmo nas mais frias manhãs, caminhar é bom, oxigena o corpo, aquece, denota vida.

Peregrino... concede esse prazer as tuas mãos, colhe as flores do caminho, sinta o quanto jasmins e lavandas perfumam...
E segue, segue sempre a caminhar, porque esse é teu destino...

Peregrinar.


sábado, 8 de maio de 2010


Dia das Mães,
Dia de quem abriu o coração para o mundo e sentiu-se livre para doar,
sim doar, porque boa parte de amar é doação, dar sem esperar, dar e sentir-se feliz
por dar amor, carinho, amparo, ensinar a respeitar, ensinar a doar amor,
ensinar os caminhos por onde a felicidade passa, também ensinar que há caminhos
que nem sempre devemos seguir, que nem sempre são fáceis de sair... e mesmo
assim, há quem escolha passar por eles, e nesses momentos é que as Mães entram
em campo (para dar um colinho) para quem saiu machucadinho.
Nem todas elas tiveram tempo de ver os frutos crescer, mas nem por isso
Estes ficaram em desamparo, já haviam sido escolhidos pra estar aqui, pra cumprir
Seus caminhos, seguir seus destinos e terem saído de uma mãe guerreira que hoje
Os cuida de onde estiver.
Não existe mãe que não saiba o valor do amor...
Feliz Dia das Mães!!!

Quando começo a pensar...
Logo penso que devo parar,
Quando paro, penso que meu desejo é pensar...
Pensar, pensar e pensar, até me cansar,
Quando canso de pensar, vejo que meus pensamentos
Estão a me atrapalhar.
Quero parar de pensar... Mas se eu penso como parar?

domingo, 11 de abril de 2010


Previsões Meteorológicas

O dia começa, olhamos a Tv: Clima, entrada do outono com rajadas de vento no quadrante norte, nuvens ameaçam a presença do sol, mas somos otimistas, colocamos uma roupinha colorida e vamos a “luta”, talvez ainda não saibamos, mas esse era o dia bom de ficarmos de pantufas, em casa, aquecidinhos... talvez, melhor nem sair da cama.
A vida nos empurra, e lá estamos nós a olhar para o céu em busca da mínima esperança do seu azul, da clareza das nuvens, do amarelo infinito que o dia bom nos presenteia, talvez as nuvens sejam a personificação de (das nossas nuvens pessoais) da falta das nossas clarezas sobre o que a vida nos oferece...
Começo a pensar nas pantufas, no calor de meu cobertor...
Quero voltar para casa, quero meu aconchego, não quero ver o gris das nuvens, a essas alturas, talvez só o sol fosse a salvação do meu dia...
Mas por hoje, somente hoje, o sol já se pós a oeste se escondeu abaixo horizonte, não vai mais voltar... ficará no seu lugar a escuridão da noite...
Quem sabe amanha o dia nasça com raios de sol e eu seja otimista novamente e consiga tirar o pijama, sem precisar da previsão do tempo.

domingo, 7 de março de 2010



"Fecho os olhos e sinto...
Todas estrelas do céu ao
alcance das minhas mãos...
Então não me chame,
Não quero acordar."

Chris Miranda


Direis ouvir estrelas,
Decerto perdeste o senso,
E eu vos direi, no entanto,
Que para ouvi-las, muita vez desperto,
E abro as janelas, pálido de espanto.

Enquanto conversamos,
Cintila a via láctea,
como um pátio aberto.
E , ao vir do sol,
Saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

O que conversas com elas?
O que dizem, quando estão contigo?
Ah! amai para entendê-las.
Ah! pois só quem ama pode ouvir
Estrelas.

(Olavo Bilac)



Beber água da fonte... se hidratar, não tornar-se seca...
Se deixar molhar, fonte de beleza e juventude talvez...
Ouvi-la desaguar... transmite paz, som de vida.
Senti-la secar remete-me a falta de vida,
Desidratar...
Tento segura-la em minhas mãos,
ela se esvai, corre água...
Límpida, não há o que falar...
Clareza absoluta,
Que me faz hidratar.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010


Da janela

Da janela vejo as pessoas passarem ,
Vejo do outro lado da rua os risos, sorrisos, em qual deles acreditar?
Segundo aprendi, sorrisos são espelhos d’alma... talvez nem sempre
Consigamos enxergar os sorrisos... mas senti-los é inevitável.
Da janela... vislumbro também a lua... trocamos
Um silêncio que diz muito, às vezes vale por mil palavras...
E logo chega o sol para “abrir” o dia, e da minha janela esse movimento
Torna-se algo mágico e inexplicável... porque quero sentir o dia e seus sorrisos.
Por vezes... fechar a janela é preciso, Não deixar a luz entrar, não ver os vizinhos...
A lua e o sorriso, e mesmo assim... saber que eles existem.
Mas o que de fato vale a pena... o que importa?
Viver vai além das janelas...
É como sentir os raios de sol a tocar nossa pele,
Também é por vezes o silêncio da lua em transição...
Alguns dias abri-la parece inútil, pois nada consegue ultrapassar os limites da aparente estrutura forte e impenetrável, é nesse mesmo momento que devemos ser fortes e compreender que o dia não nasce inutilmente... e tão pouco a lua escurece o mesmo dia em vão, aprendi isso, vivendo por trás das janelas e muitas vezes abrindo portas...
Sei que ainda é preciso aprender aceitar os sorrisos das flores... e o riso amargo de meias verdades...
Fechar a janela e abrir as portas, talvez seja um bom começo... ou fim.
Não importa... ou importa?
Não quero apenas passar por ela... viver sempre é um (re) começo.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010



Para onde e por quê?

Será que já existe uma estrada, a rota perfeita e ainda não sabemos?
Será que o dia sorri pelos cantos, mesmo quando nós não percebemos?
Qual o verdadeiro motivo disso tudo...tantos caminhos,tantas dores, tantas cores...
Qual é o motivo?

Dias que são quase noites, noites que são quase dias (de tanta luz), breves momentos de uma eterna felicidade, eternos momentos de breve felicidade...
_ Tudo que começa acaba.
_ Tudo que é bom dura pouco.
_Um momento se ri n’outro se chora.

Vida estranha, tantas conquistas e tantas derrotas...
O mesmo que está no podium agora, amanha pode chegar por último, serão aprendizados?
A festa se acaba
A luz se apaga
O povo que some... já dizia Drummond

Tudo isso por quê?
Estamos indo para onde?

terça-feira, 19 de janeiro de 2010


Instigante movimento... ligação com o todo...
Interação com o universo, mesmo guardado
E protegido no baú.
Ao longo de sua estada nesse baú provisório,
Vai assumindo novas roupagens... por vezes
Enrijece ou enternece conforme foi tratado
outra hora...
Operário que se satisfaz com um salário...
Espera... por ele espera um mês, quem sabe
Um ano, talvez uma vida.
Ócio? _ Nem sabe o que é isso!
Desrespeita o cansaço de seu zelador,
Não faz uso de relógios,
Pulsação aveludada e púrpura...
Que não aprendeu a descansar.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010




Quero andar sobre o traço do compasso...
Acompanhar a perfeição da sua simetria, e fazer do meu passo...
Muito mais... e não apenas descompasso.
Traçar meu próprio traço...
Que cansaço!
Seguir em linha reta?
Contornar sua circunferência?
Geometricamente isso ainda não foi definido.
Mas na minha mente... não preciso de réguas
Muito menos do compasso... já está definido,
Vou construindo a linha baseando-me no ponto
De partida.
Auxilia-me Sr. compasso ...
Com suas pernas compridas.




sexta-feira, 8 de janeiro de 2010


E com pressa, quase uma violência ao meu “tempo”... mais um ano recomeça...
Depois de uma linda noite iluminada por fogos de artifício... e promessas, muitas
Promessas.

E como num piscar de olhos (quase um sonho ingênuo) esquecemos todo mal
Que nos aconteceu no “velho ano”.
Isso... saia da nossa vida e leva contigo todo mal e toda dor que nos causou... mas faça um favor, deixa nossa esperança, latente...viva tão viva que nos lembre o quanto é bom estar vivos, e não nos deixe arrepender por nada.

Dessa forma, certamente teremos coragem de amanhecer, tocar os pés descalços na terra úmida... resquícios da noite que se passou...
E lembrar...sempre lembrar, que necessitamos abrir a porta... e deixar o sol entrar, sentir o corpo aquecer e assim de fato estando vivos, é uma ordem entregar-se a ela.

Preciso pintar a tinta óleo ... o que ainda está num rabisco de papel
Eternizar o traçado... emoldurar o que a mim é belo...
E assim “acabar” mais uma obra, de tantas ainda por vir.